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Um Quadro Envelhecido

2° Censo do CNJ aponta envelhecimento da carreira dos servidores

Pela primeira vez na história, haverá gerações dentro do Poder Judiciário que completarão 50 anos de carreira antes dos 75 anos de idade. A constatação se baseia nos dados do 2º Censo do Poder Judiciário, realizado pelo CNJ neste ano. De acordo com informações preliminares do levantamento, 57,8% dos magistrados e magistradas e quase a metade (49,4%) dos servidores e servidoras têm idades superiores a 46 anos.

Os que possuem mais de 56 anos de idade já correspondem a 24,3% dos magistrados e magistradas e a 17, 8% dos servidores e servidoras. Nos tribunais militares, essa proporção chega a 76,7% dos magistrados e magistradas e a 20,6% dos servidores e servidoras. Nas cortes superiores, o índice de magistrados e magistradas nesta faixa etária corresponde a mais da metade (50,8%) e o de servidores e servidoras, a 16,3%.

O Comitê Gestor Nacional do CNJ de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, observou que a mudança no perfil geracional traz novos desafios à gestão de recursos humanos e saúde.

De acordo com o Conselheiro Giovanni Olsson, coordenador do referido Comitê, o envelhecimento do quadro decorre das mudanças das regras previdenciárias, que dificultam a aposentadoria. “Muitos até conseguiriam [se aposentar], mas vão enfrentar perdas financeiras impactantes. Então vão querer sair, mas não vão poder. As carreiras estão profundamente estagnadas”, analisou.

Ainda segundo o coordenador do comitê gestor, à situação de aderência nas carreiras por longo tempo, com estagnação e baixa mobilidade, combinam-se fatores exógenos, prejudicando a saúde física e, particularmente, a mental. Ele destacou que o contexto exige um grande esforço de análise desses dados para que o CNJ possa construir políticas de médio e longo prazo para a saúde de servidores e magistrados.

Os fatores exógenos, explicou, são derivados do estresse da vida contemporânea, da chamada “sociedade do cansaço”. “Existe um componente claro de metas, um componente de ambiente de trabalho que gera às vezes concorrência, que gera, enfim, competição, um certo grau de opressão. Isso contribui, claro, para patologias mentais, para a perda do bem-estar da saúde mental, mas nós temos o dado e isso que foi trazido no Censo reforça a hipótese que temos cada vez mais a incorporação de outros elementos de fora”, disse.

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Da Redação do Sinjufego com informações do CNJ
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