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Tudo ou Nada: é a Categoria que Perde

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Show midiático nas redes sociais com retóricas desmedidas nem sempre é o melhor caminho para trazer benefícios à categoria dos servidores do PJU.

A política sindical do pé na porta, da intransigência, coloca em risco as negociações salariais podendo deixar os servidores no zero.

Em 2012, contrariando parte das entidades sindicais que preferia o zero a não ter o índice de 56%, o ministro Ayres Brito, então presidente do STF, enviou mesmo assim ao Congresso Nacional a proposta de reajuste da GAJ em 90%, o que foi aprovado pela Lei nº 12.774/2012.

Em 2016, após uma jornada histórica de greves, tendo a presidente Dilma vetado em 2015 o reajuste de 53%, chegou-se ao índice possível de 41,47%, validado posteriormente pela Lei nº 13.317/2016. Esse percentual foi menosprezado ao ser chamado de “leitinho” por número considerável de sindicatos e de servidores. Lembro que muitos entendiam que seria melhor ficar no zero do que aceitar a proposta de 41,47%.

Imaginem como estaríamos hoje se tivéssemos recusados esses percentuais de reajustes em troca da bravata do zero de reajuste? Agora no início de julho de 2025, na mesa do Fórum de Carreira do CNJ, duas abstenções de dirigentes da Federação fizeram com que a proposta piorada da Administração de 8% fosse a vencedora em vez da proposta de 15%.

As duas colegas que se abstiveram na votação talvez queriam dar o recado a suas bases de que ambas as propostas estavam muito aquém do que a categoria merece, mesmo sabendo que estavam desrespeitando uma
decisão colegiada do Conselho Deliberativo das Entidades (CDE) da Fenajufe, que já havia aprovado anteriormente a proposta de 15%.

Esse episódio é mais um exemplo da política de pouco resultado do tudo ou nada, de jogar mais para a plateia cativa esquecendo do conjunto da categoria. Os dirigentes sindicais têm o dever de governar para todos, não só para seu fã clube. Ainda que seja de difícil reparação, que essa situação possa servir de lição para futuras negociações.

João Batista Moraes Vieira é diretor do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal no Estado de Goiás (Sinjufego)

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