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Continua a novela da votação do Orçamento 2013. AGU pediu que Supremo decida sobre a votação de vetos pelo Congresso. Para Adams, há risco de STF entender que nada pode ser votado antes. Senador Renan Calheiros convoca Congresso no dia 19/02 para votação do Orçamento. Presidente do STF disse à Fenajufe que irá reconsiderar a decisão caso o Orçamento não seja votado até o final de fevereiro.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou na noite desta quinta (14), em entrevista à TV Globo e ao G1, que o Congresso deveria aguardar uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ordem de votação dos vetos presidenciais antes de votar o Orçamento da União de 2013.

O ministro fez a afirmação porque, na avaliação dele, há risco de o Supremo entender que os mais de 3 mil vetos pendentes de votação paralisam toda a pauta do Congresso. Nesta quinta, ele entrou com uma ação pedindo ao Supremo que delibere sobre o assunto.

A votação do Orçamento foi convocada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, para a próxima terça-feira (19). Para o advogado-geral da União, se os parlamentares aprovarem a lei orçamentária antes de um posicionamento do STF, há risco de os gastos do governo serem considerados inconstitucionais.

"O Orçamento aprovado sob a pecha da inconstitucionalidade poderá ser alvo de questionamento em todo o país. Alguém que não concorde com transferência de recurso poderá questionar as despesas. Então, toda despesa corre o risco de ser considerada inconstitucional. Cada juiz tomará uma decisão diferente. Vamos ter aumento de litigiosidade. Então, é indispensável que o Supremo delibere sobre essa questão. O Congresso deve aguardar uma decisão do Supremo [para votar o Orçamento] porque, sem isso, toda decisão tomada está em risco", afirmou o advogado-geral.

Para Adams, o Supremo poderia tomar uma decisão semelhante à de quando considerou inconstitucional a forma com que medidas provisórias eram analisadas. Pela Constituição, o Congresso teria de formar uma comissão especial antes de votar uma MP, mas, na prática, isso não ocorria. Na ocasião em que se manifestou sobre o assunto, o STF decidiu validar todas as medidas provisórias aprovadas anteriormente (mesmo sem análise de comissão especial) e estabeleceu que a necessidade de formar comissão valeria somente para novas MPs.

Assim, pela proposta do governo, não seria necessário que o Congresso votasse os vetos antigos e não apreciados. A obrigação de os parlamentares analisarem os vetos antes de outras proposições passaria a valer somente a partir da nova decisão do Supremo.

O advogado-geral disse que há diversos vetos que já perderam o sentido porque o assunto foi tratado por leis editadas posteriormente.

Segundo levantamento da AGU, a derrubada de vetos antigos e a revisão de decisões tomadas pelo Congresso poderia causar impacto de R$ 471,35 bilhões aos cofres da União, o equivalente a meio Produto Interno Bruto (PIB).

Para Adams, a derrubada de vetos pendentes "quebraria o país". "Meio trilhão de reais para o Brasil representa impossibilidade de funcionamento do Estado. Quebraria o país", declarou o ministro.

O advogado-geral relatou que conversou nesta quinta com os líderes partidários no Congresso sobre a possibilidade de adiar a votação do Orçamento. "A decisão será do Congresso. Hoje [quinta] conversei com líderes e eles não tinham dimensão do impacto que levantei [na petição]", afirmou.

Na petição enviada ao Supremo, o advogado-geral afirma que o Congresso corre o risco de "colapso institucional", uma vez que diversas decisões tomadas sem a análise da ordem cronológica dos vetos podem ser questionadas.

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Presidente do STF afirma que irá reconsiderar a decisão caso o Orçamento 2013 não seja votado até o final de fevereiro

No dia 06/02, em conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, o coordenador jurídico e parlamentar da Fenajufe, Antonio Melquíades (Melqui), solicitou que ele reconsiderasse a decisão de não pagar o reajuste da GAJ de imediato aos servidores. Na conversa, que aconteceu durante o intervalo da sessão de hoje (06) do Supremo, o coordenador da Fenajufe também solicitou o agendamento de uma audiência formal com o ministro para tratar de outros assuntos de interesse da categoria, no que foi prontamente atendido.

Durante a conversa sobre o pagamento do reajuste, o coordenador da Fenajufe disse ao ministro que o Executivo, o MPU e alguns Tribunais Regionais Eleitorais pagaram o reajuste dos servidores com base legislação vigente. O ministro retrucou dizendo que cabia ao Supremo interpretar as leis e que, de acordo com a sua interpretação da Lei nº 1.774/2012, havia uma pendência para o devido cumprimento, já que ainda não foi aprovado o Orçamento da União de 2013.

O coordenador Melqui contra-argumentou dizendo que, apesar da não-aprovação do Orçamento, o Judiciário, a exemplo do Executivo e dos outros órgãos que já concederam o reajuste aos seus servidores, teria condições de pagar o reajuste, pois tem orçamento próprio. “O orçamento dos órgãos do Judiciário para pagamento de pessoal corresponde ao valor da folha de pagamento do ano anterior 2012 acrescido do crescimento vegetativo, ou seja, existe recurso para que se faça estes pagamentos agora e, no transcorrer do ano, quando o Orçamento 2013 for aprovado, o caixa ser reposto. Só haveria prejuízos reais se chegasse dezembro e o Orçamento da União não tivesse sido votado, mas isso é praticamente impossível de acontecer”, argumentou Melqui.

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Sinjufego com informações do G1 e Fenajufe

 

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