Sinjufego repudia a declaração do futuro presidente do TST, revela desconhecimento sobre a situação remuneratória da maioria dos servidores do Judiciário da União. A privilegiada estrutura do Gabinete do Ministro não pode servir de parâmetro para refletir a realidade dos demais servidores que vivem hoje a maior crise da carreira, com crescente desprofissionalização e evasão de quadros. Esse comentário, com certeza, alimenta um conflito desnecessário e prejudicial, abalando a convivência harmoniosa entre juízes e servidores, ambas categorias com intensa desafasem salarial, e reforça mais ainda os argumentos para tornar o Judiciário cada vez mais um anexo e vassalo do Executivo Federal, Poder esse que sistematicamente vem violando a autonomia orçamentária dos Tribunais. Essa declaração, infelizmente, demonstra ainda falta de comprometimento e apoio do futuro chefe desse importante ramo do Poder Judiciário da União com as causas dos servidores, que são os verdadeiros operários dessa complexa máquina de levar justiça aos brasileiros. Assim como se deseja melhor remuneração aos juízes, esperamos que Sua Excelência reveja seu posicionamento e passa a reconhecer a importância dos trabalhos dos servidores que estão há mais de 6 anos sem reposição inflacionária. Veja abaixo matéria que saiu no Diário do Nordeste:
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Primeiro negro a ocupar a presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a partir de 5 de março, o mineiro Carlos Alberto Reis de Paula, de 68 anos, não foge de polêmicas.
Ao afirmar que Justiça é investimento, e não despesa, diz que os servidores do Judiciário são muito bem remunerados, mas, o mesmo não ocorre com os juízes, diante das responsabilidades que os magistrados têm.
"A Justiça paga bem. Os servidores do Poder Judiciário são muito bem remunerados, só perdem para servidores do Poder Legislativo", afirma.
"Juiz é bem remunerado, mas sofremos uma defasagem. Vamos ter um reajuste de 5%, como todo servidor. Não temos reajuste há seis anos. Eu ganho pouco mais de R$ 15 mil líquidos (R$ 22 mil brutos). Se falarem que é muito, eu digo: pode ser para vocês que ganham salário mínimo, mas, para o que eu faço e pela minha importância, acho pouco. Não interessa qual o valor justo, eu ganho pouco, afirmo que ganho pouco", reforça.
Por outro lado, ataca os chamados penduricalhos. "Esse negócio de penduricalho é o fim do mundo. Juiz não precisa de auxílio, juiz precisa receber um bom vencimento, digno, compatível com sua realidade e com país. Décimo terceiro acho razoável. Agora décimo quarto e décimo quinto, tenha santa paciência".
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Fonte: Diário do Nordeste, 24/02/2013, reproduzido pelo blog do Servidor Público Federal