Estudantes relatam policiais amarrando jovens a cavalos
Após serem contidos na Praça da Bíblia, cerca de 200 estudantes se refugiaram no prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Setor Universitário, que foi cercado pela polícia –18 cavalarianos, 5 carros do Batalhão de Choque, 10 carros da Polícia Militar (PM) e 1 da Guarda Municipal. Os policiais começaram a sair do local por volta das 22 horas. O trânsito no cruzamento da 5ª Avenida com a Avenida Universitária foi fechado às 18 horas e só foi liberado por volta das 21h30.
Segundo um professor que participou da manifestação e também se refugiou na faculdade, os estudantes, a maioria deles do ensino médio, entraram no prédio com medo de serem presos ou atingidos por alguma bala. “Assistimos a cenas horríveis. Policiais amarrando grupos de jovens aos cavalos e exibindo como trunfo. É uma vergonha. Não agredimos ninguém”, afirmou o professor.
Caio Reiner, de 18 anos, diz que a intenção era abrir diálogo para discutir a deliberação da tarifa e que queriam ter acesso às planilhas de custo das empresas. Ainda de acordo com o manifestante, os estudantes discutiam uma forma de saírem em segurança do prédio da faculdade. Segundo relatos, estudantes foram perseguidos por policiais nas imediações da Praça Universitária.
Um acordo de que os estudantes deixariam o faculdade em grupos de dez pessoas teria sido feito com a PM. Os manifestantes, no entanto, alegam que muitos foram agredidos ao saírem do prédio. Os policiais argumentaram que agiram apenas com a força necessária e que os estudantes começaram a agressão. Um policial foi ferido por uma pedrada no ombro e precisou de atendimento médico, informou a PM. Os manifestantes prometem mais protestos, sem divulgar as respectivas datas e horários. (Jornal O Popular - Paula Falcão)
Procon vai entrar com ação contra aumento
Inquérito 29 de maio de 2013 (quarta-feira)
O Procon Goiás irá mover no Poder Judiciário uma ação judicial contra a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) para que o reajuste de 11% no preço da passagem do transporte coletivo na capital seja revisto.
O órgão contesta os cálculos realizados pela CMTC que provocaram o reajuste da tarifa única do transporte coletivo da região metropolitana de R$ 2,70 para R$ 3,00.
Conforme noticiado ontem pelo POPULAR, o gerente de cálculo e pesquisa do Procon, Gleidson Tomaz, também argumenta que a CMTC estabelece um peso de 35% ao combustível na composição do reajuste quando a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos estabelece apenas 20%; e também que as empresas não estariam investindo no transporte coletivo, como estaria previsto em contrato. “Pelos nossos cálculos o valor máximo da tarifa seria de R$ 2,90”, informou.
A superintendente do Procon Goiás, Darlene Araújo, afirmou que o órgão também entrará com o pedido de liminar para que o Poder Judiciário suspenda a prática do novo valor e volte a aplicar o preço de R$ 2,70 por passagem, até o revisão tarifária da CMTC.
De acordo com Darlene Araújo, a CMTC deve considerar o peso dos porcentuais dos insumos, bem como a retirada do porcentual de majoração, que seria aplicado apenas nos últimos cinco anos, e que deveriam ter vindo acompanhado dos investimentos, como também a desoneração do PIS/Cofins.
O Ministério Público também instaurou inquérito para investigar se o reajuste da tarifa é justo. Segundo o promotor responsável pela investigação, Murilo de Morais Miranda, o MP já solicitou os estudos feitos pelos órgãos integrantes da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) e também os relatórios de cálculos realizados pelo Procon Goiás.
A CDTC tem prazo até segunda-feira, devido ao feriado, para apresentar os cálculos e justificativas. O promotor afirmou que se os cálculos não justificarem o aumento, o MP irá instaurada Ação Civil Pública para pedir a revisão do percentual.
Se a CDTC mantiver a decisão noticiada ontem pelo POPULAR de uma revisão tarifária apenas para o final de julho, o promotor afirma que também pedirá que o aumento seja suspenso.
“O usuário não pode pagar por algo que está errado. A lei e o contrato de concessão preveem que os gastos devem justificar o aumento e se vão revisar, devem cancelar a aplicação do nova tarifa até o documento final”, afirma.
A reportagem do POPULAR tentou entrar em contato com a CDTC e com o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, porém a posição da companhia só será passada através de entrevista coletiva que será realizada na manhã de hoje, na sede da CMTC. (Jornal O Popular)
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