Feliz dia do servidor, mas com reflexão
Neste dia do servidor, em especial para o servidor do Judiciário Federal, merece ser feita a reflexão de que é chegada a hora de retornarmos às armas para nos fortalecer cada vez mais contra os ataques ao conjunto da carreira.
Partem golpes de todos os flancos, desde o setor da imprensa, passando pelo Legislativo, Executivo até da própria cúpula do Judiciário. A imprensa ainda transmite notícias de um velho tempo quando a burocracia e a falta de profissionalização reinavam no serviço público. É verdade que ainda temos os vícios como os cargos em comissão, verdadeira praga e câncer do serviço público, que retiram das pessoas, as que não têm padrinho político, o democrático acesso ao concurso público. Nós, servidores públicos, injustamente somos achacados com o bullying funcional de que trabalhamos pouco e ganhamos muito. O caçador de Marajás deixou lembranças, impregnou na sociedade um estigma genérico. Não desconhecemos que existe essa parte muito minoritária, mas o grosso, o geralzão rala muito, e somos nós do Judiciário que garantimos com muito trabalho a fruição das prerrogativas dos senhores magistrados previstos na Loman.
O Legislativo curvado, vendido ao secular fisiologismo, não tem absoluta independência, vota somente aquilo que a Chefa manda votar. O Executivo, comandado por um partido que se diz dos trabalhadores, tem virado solenemente as costas para os servidores, nunca na história deste país o conjunto dos servidores públicos federais tem experimentado tamanha agressão nos seus direitos. Reforma comprada da previdência, instituição da política de congelamento salarial de zero de ganho real e criminalização do movimento grevista são exemplos de ataques, pasmem, vindos de um partido que nasceu nas mobilizações dos sindicatos. E com oferta generosa de cargos em comissão, vem colonizando a máquina pública com forasteiros de um sindicalismo pelego, com o seguinte lema: ocupar é preciso, administrar com eficiência não é preciso.
E a cúpula do Judiciário, que não defende como deveria defender seus servidores, acovarda-se, agacha-se. Será que está para nascer um ministro do Supremo que valorize os servidores e que brigue institucionalmente pela autonomia plena do orçamento do Judiciário? E o CNJ capenga que só tem olhos para cumprimento de metas, metas e mais metas, mas que não tem qualquer política séria de recursos humanos que objetive valorizar o quadro funcional e que prestigie a meritocracia.
É por tudo isso que o Dia do Servidor deve ser orgulhosamente comemorado: somos, sim, imprescindíveis à sociedade. Contudo, são nesses por momentos delicados da carreira é que deve ressurgir em nós o sentimento de classe, má fase que nos requer mais luta, mais união, mais organização sindical e mais determinação para vencer os obstáculos e desafios pela frente.
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Abraços Cordiais,
João Batista - Presidente do Sinjufego