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O governo Dilma Rousseff, mesmo atravessando um momento de baixa popularidade, adotou a velha tática da ameaça de mexer em vantagens para garantir o voto favorável dos aliados ao pacote de medidas provisórias do ajuste fiscal, que começa a ser analisado hoje pelo plenário da Câmara. Durante o dia, em reuniões e entrevistas, o Palácio do Planalto deu o recado: quanto maiores as alterações nas MPs que restringem acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários (665 e 664), maior o corte temporário no orçamento dos ministérios comandados pelos partidos aliados.

Uma das maiores preocupações do Planalto é garantir o apoio público do PT na aprovação das medidas. Desde o início do ajuste, as mudanças nas regras de benefícios trabalhistas e previdenciários sofreram forte resistência da bancada petista. Michel Temer pediu ontem que o PT “se dedique por inteiro” a votar a favor das propostas. O vice-presidente e novo articulador político do governo, Michel Temer, foi explícito. “Se não houver um ajuste, o contingenciamento será muito radical”, avisou Temer, antes de comandar uma reunião com líderes partidários. O governo pretende anunciar ainda este mês os cortes no orçamento.

A aprovação das MPs é a “cota de sacrifício” que o governo espera do Congresso para atingir um superávit primário de R$ 66,3 bilhões. O contingenciamento deste ano deve ficar entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões, mas poderá ser maior caso o Legislativo descaracterize as medidas provisórias enviadas pelo Executivo.

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Fonte: O Popular

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