Servidores do Ministério Público da União (MPU) protestaram na tarde desta última segunda-feira (14) em frente à sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 18ª Região, na Avenida T-63, em Goiânia.
Os manifestantes reivindicam o reajuste salarial para a categoria, que não é efetuado há dez anos, além de pedir o fim do auxílio-moradia de R$ 4.357, concedido a juízes e procuradores. De acordo com os servidores, a administração do MPU tem anunciado medidas de contenção de gastos para garantir o pagamento do benefício.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União de Goiás (Sinasempu/GO), Gilmar Barros, há uma década a situação é de arrocho salarial. Ele afirma que os servidores receberam da Justiça há dois anos um aumento de salário de 13,23% que jamais foi praticado, e questiona a medida provisória que assegura o auxílio-moradia.
“Agora em janeiro, foi enviada uma medida provisória para o Congresso Nacional liberando alguns milhões para o pagamento de auxílio-moradia. Para isso, tanto o Ministério Público Federal quanto o Ministério do Trabalho tiveram que fazer alguns cortes. E onde está sendo estes cortes? Em trabalhadores terceirizados. Estamos economizando energia, água, luz, telefone, para que o auxílio moradia seja garantido aos membros. Nós não achamos justo”, contesta.
Barros afirma que a medida foi encaminhada pela presidente Dilma Rousseff e tem efeito imediato, e será votada no Congresso Nacional. O presidente do Sinasempu não menciona valores, mas critica o que chama de “sacrifício” para manter o benefício a juízes e procuradores.
“Essa medida provisória já liberou um valor significante para exatamente cobrir os valores do auxílio-moradia. Hoje a situação está ficando cada vez mais grave, porque pais de família estão sendo demitidos para que seja pago esse benefício. E o bolo orçamentário do MPU é para membros e servidores, mas nos últimos anos nós só temos passado por arrocho salarial”, ressalta.
Na semana passada, o Sinasempu/GO enviou ao Colégio de Procuradores carta aberta dos servidores da Procuradoria Regional do Trabalho da 18ª Região, na qual pede que os valores destinados ao auxílio-moradia sejam revertidos para a coletividade, Só em 2016, o MPU sofreu cortes orçamentários de R$ 106 milhões no crédito destinado a custeio de gastos básicos. O Ministério Público do Trabalho foi o mais afetado, com o cancelamento de R$ 52 milhões em verbas.
Tem sido grande o número de funcionários terceirizados demitidos em razão da economia de guerra para pagar o auxílio-moradia de Procuradores, há ainda precarização das relações de trabalho que afetam os servidores como a restrição do uso do ar-condicionado.
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Com informações do portal 730 com edição do Sinjufego