Jorge apontou os reflexos da crise no Brasil que, de acordo com ele, vinha atingindo, nos últimos quatro anos, um patamar de crescimento maior que nos últimos anos. Entre as conseqüências da crise citadas por ele, se destacam: redução das horas trabalhadas, reversão das expectativas de crescimento, cortes na força de trabalho formal, redução do nível de confiança dos consumidores, menos produção, diminuição das exportações e queda do número de emprego formal. “Essa é uma crise central do capitalismo financeiro e esse ciclo de quedas só se encerra com a intervenção do Estado”, afirmou o pesquisador.
Dados do IPEA apontam que, embora a crise tenha acentuado o nível de desemprego no país e que 50% dos trabalhadores brasileiros ainda estejam na informalidade, o governo federal tem adotado medidas para tentar reverter os efeitos da crise. O resultado disto, segundo ele, é a retomada, aos poucos, do nível de emprego formal. “Perdemos mais de 700 mil postos de trabalho nesse período, mas de fevereiro para cá já recuperamos em torno de 90 mil postos. A situação está começando a mudar e é possível perceber um pequeno movimento de reação”, ressaltou Jorge Abrahão.
O representante do IPEA avalia, no entanto, que não é possível afirmar que já houve uma superação desse quadro e apontou o fortalecimento da ação do Estado como fundamental para a saída da recessão. “Investir em políticas sociais, no sistema da previdência e na proteção social são as alternativas que o governo federal vem tentando colocar em prática para conter a recessão em curso”, finalizou.
Após a fala do palestrante, foi aberto o espaço de debate para o plenário, momento em que foram feitas várias intervenções.
Fonte: Agência Fenajufe de Notícias