Policiais federais e policiais
rodoviários federais ameaçam realizar uma "entrega de armas" caso
pontos que os afetam sejam mantidos na reforma da Previdência, proposta pelo
governo e discutida no Congresso Nacional. Se a categoria não for poupada, a
manifestação deve ocorrer no dia seguinte à leitura do relatório do deputado
Arthur Maia (PPS-BA) na Comissão Especial da Reforma da Previdência, que deve
ocorrer dia 17 ou 18. O protesto foi definido em assembleia realizada na manhã
do dia de ontem, quarta-feira (5/4), em Brasília.
"A entrega de armas é uma manifestação dos policiais de que eles estão se
rendendo diante dessa questão imposta pelo governo. A aposentadoria é hoje o
único atrativo dessa categoria. É o único ponto que nos diferencia, e não é
porque somos especiais. É porque é necessário. O estresse e a preocupação que
acumulamos ao longa da vida são muito maiores", argumenta Luís Antônio
Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.
A categoria planeja também uma grande manifestação para o dia da leitura do
relatório, como forma de pressionar os parlamentares. Dessa manifestação, devem
participar outras categorias policiais, representadas pela União dos Policiais
Brasileiros (UPB), que também se sentem prejudicadas pela reforma.
Atividade de risco
Os policiais criticam alguns
pontos em especial da PEC 287, enviada pelo governo Temer ao Congresso e que
altera a aposentadoria. O primeiro diz respeito às atividades de risco. Com as
novas regras previstas pelo governo, esse fator é alterado, e os policiais
perdem o direito de se aposentarem após 30 anos de serviço. Além disso, o
governo quer equiparar a aposentadoria dos homens e mulheres policiais.
Outro ponto que incomoda a classe diz respeito à pensão deixada ao cônjuge e
dependentes. Com as novas regras, após a morte do policial, o companheiro passa
a receber apenas 50% de pensão, e cada dependente, 10%.
---
Com
informações do Correio Braziliense