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Em tramitação na sua última comissão temática, o projeto de lei n. 38/2017, que trata da Reforma Trabalhista, foi aprovado por 16 votos a 9 ontem à noite (28) na CCJ do Senado Federal. Com discurso falacioso de que a proposta de alteração da CLT vai gerar empregos, o governo moribundo e ilegítimo de Michel Temer usou as velhas ferramentas da política: conseguiu apoio em troca de manter os cargos dos indicados pelos senadores integrantes da base aliada. É o costume do toma-lá-dá-cá. Quem se atrevesse a votar contra o projeto na CCJ sofreria retaliação, situação que ocorreu anteriormente com o senador Hélio José (PMDB-DF) que ao votar contra a Reforma Trabalhista na CAS - Comissão de Assuntos Sociais - viu seus apadrinhados políticos serem exonerados pelo governo. Ameaça das exonerações no Diário Oficial acabou falando mais alto.

Entre os senadores favoráveis à perda de direitos dos trabalhadores, destaca-se o voto do representante goiano Wilder Morais (PP), conhecido no Estado como um grande empresário da construção civil. 

Ao contrário do divulgado pelo governo, os sindicatos, a OAB e as diversas entidades dos magistrados e procuradores trabalhistas entendem que a Reforma vem para precarizar as relações de trabalho, aumentando o lucro das empresas, produzindo muito mais com menos. Entre outros pontos negativos para o trabalhador, podem ser destacados:

1. Enfraquecimento do poder normativo da Justiça do Trabalho para resolver os conflitos entre empregados e empregadores;

2. O que for negociado entre patrão e empregado vai sobrepor ao que está escrito na lei, com evidente vantagem ao empregador ;

3. Fim das horas-extras com adoção do banco de horas com prazo prescricional de apenas 6 meses, inviabilizando sua fruição;

4. Trabalho intermitente com a prerrogativa da empresa convocar o empregado somente nos casos de alta demanda de serviço;

5. Utilização de trabalhadoras grávidas e lactantes nas atividades insalubres, com exposição das empregadas às situações de risco à saúde.

Após aprovada na CCJ, a matéria segue agora para o plenário do Senado cujo presidente, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), afirmou que pretende votar o projeto antes do recesso de julho. 


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