As centrais não devem bater cabeças, dezembro é tiro
curto, e Governo conta com desmobilização neste mês marcado por férias e
recesso. Transferir a possível votação da Reforma da Previdência para o ano
eleitoral de 2018 seria um gol da categoria.
Mercado
de ações, bancos e grande imprensa já começam a sorrir com a possibilidade da
proposta ser aprovada ainda neste ano de 2017. O que era impensável dias atrás.
O
Governo e sua base aliada devem jogar as suas fichas neste mês de dezembro para
aprovar a PEC 287/2016. É estratégico. Se não aprovar neste mês, a tentativa de
votar fica adiada para meados de fevereiro do ano de 2018, após recesso
parlamentar que se inicia no próximo dia 22.
O
que não seria nada interessante para os partidos de Michel Temer transferir a
votação da Reforma da Previdência para o calendário eleitoral, período em que
os parlamentares estarão buscando apoio popular para reeleição. Postergando
para o ano que vem, irá ainda proporcionar mais tempo para as forças contrárias
se reagruparem, se fortalecerem.
Por
isso que as centrais e os sindicatos devem intensificar a luta neste mês de
dezembro, com foco na capital federal. Temos um tiro curto. Não dá tempo para
construir uma greve geral forte neste mês, isso demanda prazo para este mês de
dezembro que tem agenda apertada no Congresso, mas com maciça presença dos
parlamentares, inclusive para aprovar o orçamento de 2018.
E
o Governo está se aproveitando deste momento porque sabe que este mês de
dezembro há férias e recesso em boa parte dos órgãos públicos, o que de fato
dificulta a mobilização pelas entidades classistas.
Daí
que precisamos ocupar e sitiar o Congresso Nacional. Não há melhor
contra-propaganda do que colocar centenas de milhares de servidores públicos
municipais, estaduais e federais na Esplanada. Esse é o grande pesadelo do
Governo Temer: a Contra Reforma ganhar as ruas aliada a outras causas.
Portanto,
se dezembro é estratégico para equipe econômica, também deve ser para as
centrais e sindicatos que não podem ficar batendo cabeças. Precisam ser
melhores estrategistas. A luta contra a Reforma da Previdência é uma bandeira
de cor única que une a todos. Especialmente, precisamos fazer esforços para
realizar atos em Brasília para cercar com mobilização o Congresso Nacional. É
nesse parlamento que está sendo jogado o futuro dos nossos dias. Precisamos
transformar a Câmara e o Senado numa panela de pressão.
Mobilização
essa em Brasília que não seria tão hercúleo para milhões de servidores que
serão atingidos pela PEC 287, juntando contingente aqui e ali de todos os
estados do país teremos uma multidão expressiva batendo às portas do Congresso
Nacional.
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*João
Batista é diretor do Sinjufego