Presidente do STF não divulga resultado da reunião; Federação solicitou audiência ao Supremo; trabalhadores querem respostas de Ayres Britto
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, viajou sem revelar o resultado da conversa que teve com a presidenta da República, Dilma Rousseff, na segunda-feira (23). A “Agência Estado” e alguns outros veículos de comunicação divulgaram que os projetos salariais de servidores e magistrados estiveram na pauta da conversa. Não houve confirmação do STF, embora seja ‘quase certo’, nas palavras de um integrante do Supremo, que isso tenha ocorrido. Ayres Britto só deve retornar ao trabalho na sexta-feira (27).
A versão divulgada pela mídia é contraditória. Diz que o presidente do STF reivindicou a reposição salarial e que Dilma voltou a dizer ‘não’. No entanto, também diz que a avaliação do ministro é de que o resultado da reunião foi bom. O diretor-geral do Supremo, Amarildo Vieira de Oliveira, disse à reportagem do Sintrajud, por telefone, que ainda não conversou com o chefe do Judiciário sobre isso antes deste viajar e que ele se limitou a dizer que a reunião com a presidenta Dilma “foi boa”, sem especificar o porquê. Sabe-se que, assim como Amarildo, o secretário-geral da Presidência do STF, Anthair Valente, não participou da audiência.
Calendário de mobilização
Foi a terceira vez que os chefes dos dois poderes se encontram desde que Britto assumiu a Presidência do STF, em abril. A última reunião, no final de maio, também teve pouca transparência quanto ao conteúdo. A pauta oficial divulgada pelas assessorias – tratar da Rio+20 – não convenceu nem a mídia comercial nem a imprensa sindical. Depois, soube-se que os projetos salariais do Judiciário Federal fizeram parte da conversa, mas detalhes jamais foram revelados.
A federação nacional (Fenajufe) solicitou uma audiência com o presidente do STF, na qual deve cobrar informações. Os trabalhadores também querem saber quais medidas o Supremo pretende tomar para evitar que o Executivo volte a excluir da proposta orçamentária do Judiciário as previsões de reajustes salariais. “O STF está nos devendo respostas e atitudes, não pode continuar rastejando diante de outro poder”, critica Adilson Rodrigues, diretor do Sintrajud. Para pressionar o Supremo, o governo e o Congresso, um calendário nacional de mobilizações e greve está sendo construído para o início de agosto.
Fonte: Sintrajud