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Inspecao TRT

Após receber do Tribunal Regional da 18ª Região as cópias do laudo de vistoria e dos autos de interdição lavrados pela Defesa Civil do edifício do Fórum Trabalhista de Goiânia, o presidente do Sinjufego, João Batista Moraes Vieira, realizou na tarde dessa quarta-feira (25/09), uma visita ao subsolo do prédio acompanhado do engenheiro civil e de segurança do trabalho, Fernando de Sousa Gomes e do físico Salvador Lopes, especialista em sistema de proteção de descarga atmosférica (SPDA).

“O sindicato como representante da categoria foi instado a tomar providências em relação ao que foi amplamente noticiado pela imprensa, o que de fato já foi devidamente promovido, por isso que estamos aqui para checar pessoalmente a situação, claro que além de receber as reclamações dos servidores, o sindicato também abre espaço para ouvir a Administração", declara o presidente do Sinjufego, João Batista Moraes Vieira.

O engenheiro Fernando Gomes, indicado pelo Sinjufego, explica que o edifício do Fórum Trabalhista de Goiânia foi construído com estrutura metálica, concreto e vidro – materiais com variações de temperatura e dilatações térmicas diferentes – particularidades que acabam causando algumas “patologias”, que, segundo ele, inicialmente assustam as pessoas, mas que podem ser tecnicamente trabalhadas e resolvidas.   

“A estrutura realmente apresenta algumas patologias de pequena monta e, embora não tenhamos visualizado um risco muito grande, é importante fazer uma análise e um estudo atento para acalmar as pessoas que trabalham e se utilizam do espaço. O que vimos não motiva tamanha preocupação estrutural, com riscos de desabamento, como a que foi apresentada pela mídia no início da semana”, assegura o engenheiro.

De acordo com ele, algumas movimentações são previsíveis em imóveis recentes com estruturas semelhantes à do Fórum Trabalhista da 18ª Região e, em Goiânia, não há tradição de uso de estruturas metálicas de grande porte. “Hoje, grandes estruturas metálicas são feitas geralmente em áreas industriais ou comerciais. No Shopping Center Flamboyant, quem trafega pela rampa da garagem, percebe que ela balança, mas a estrutura é toda preparada. Isso é uma sensação, não chega a ser uma patologia preocupante, que leve a uma situação de risco. Como o nosso custo de concreto armado é bem  mais barato do que uma estrutura metálica e por ser comercialmente viável, não se opta muito aqui por construir prédios de estrutura metálica. A característica principal da nossa cidade é de construções de concreto armado”, completa.

Rampa do estacionamento

A informação do Núcleo de Engenharia do TRT-GO é de que foram instaladas escoras na rampa do estacionamento por solicitação da diretoria do Tribunal para impedir o abalo e o desconforto no local. “É uma estrutura muito razoável, então quando passa um carro maior ela dá uma certa sensação de insegurança aos que trafegam ali. Aquela sustentação foi executada – ao  nosso ver -  para dar travamento e conforto. Visualmente não há problema estrutural. Encontramos uma armadura com princípios de corrosão, mas sem trincas. Ela balançava, mas não possuía uma característica de desabamento. Nem tinha sinais de que foi gerado um reforço naquele trecho. Isso referenda que foi uma simples execução para oferecer um travamento maior com o objetivo de proporcionar uma sensação de segurança”,  detalha Fernando Gomes.

Providências do Sinjufego

Por menor que seja o risco, se por acaso existe, não se pode desprezá-lo - o sindicato nesse ponto está vigilante. Para que se tranquilize os servidores e se espante qualquer dúvida quanto à segurança do prédio, tanto da parte estrutural quanto elétrica, o sindicato já acionou o CREA-GO e o MPT. Será tranquilizador para todos os servidores, magistrados e o público em geral, bem como é de interesse da própria Administração do TRT-GO, que haja mais de um órgão realizando a perícia. O Sinjufego vai acompanhar a elaboração do laudo oficial do Tribunal.

Providências da Administração

“Efetivamente a Administração já tomou posições e providências para dirimir as dúvidas que foram colocadas de forma bombástica e, também, entendendo até que de forma ilegal. O TRT da 18ª Região é um Tribunal de referência, que tem sua celeridade elogiada em todo o País. Com relação aos defeitos estéticos, solicitamos um laudo e estudos avançados para correção. O Tribunal, responsavelmente, está tomando a frente para assegurar a qualidade no prédio que foi construído, com bastante esforço, por todos nós”, afirma o chefe do Núcleo de Engenharia do TRT-GO, Crebilon de Araújo Rocha Filho.

“Primeiro queremos tranquilizar todo mundo porque na semana passada o laudo foi feito por uma pessoa  que não é habilitada para este tipo de análise específica e assustou a todos. Em 2012, o Tribunal solicitou um laudo à Stabile Engenharia – uma das maiores empresas de estrutura metálica do País – que constatou que a estrutura do edifício está em ótimo estado e condições.  Mas a Administração achou por bem fazer um novo laudo para que tenhamos mais um parecer técnico concluído no prazo de 15 a 20 dias. As rachaduras são questões estéticas, de acabamento, que não interferem em nada na parte estrutural e  estão sendo discutidas em juízo. O TRT-GO já está em posse de laudos que dá condições de o Tribunal recuperar esta obra”, pontua o coordenador de Serviços Gerais do TRT-GO, Afrânio Honorato Pinheiro. 

O edifício

O Fórum Trabalhista de Goiânia foi inaugurado em abril de 2012. O edifício do possui 26 mil metros quadrados de área distribuídos em 11 pavimentos e capacidade para abrigar 20 varas do Trabalho. Foram investidos R$ 69,4 milhões na construção do prédio, com recursos da União e repasses de recursos advindos de emendas aprovadas pela bancada goiana no Congresso Nacional.

Na sexta-feira (20/09), a Defesa Civil Municipal – a partir de uma denúncia anônima – realizou rápida vistoria e interditou o edifício alegando problemas estruturais. Como a vistoria não havia sido realizada com o devido respaldo técnico, o prédio foi liberado. O Sinjufego foi acionado pelos filiados e está tomando todas as medidas cabíveis. Com o episódio, foi revelado que o Fórum Trabalhista ainda não possui o "Habite-se", documento que certifica que a obra foi construída dentro das normas corretas.

Fonte: Sinjufego

 

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