Citado na delação premiada do Senador Delcídio do Amaral, cujo teor está sendo amplamente divulgado pela revista ISTOÉ nesta semana, Ricardo Lewandowski soltou nota dizendo que a reunião entre ele, a presidente Dilma e o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ocorrida no dia 07/07/2015 na cidade do Porto (Portugal), foi para discutir exclusivamente a paralisação dos servidores do Poder Judiciário Federal e não para debater eventual forma de interferir na operação Lava-Jato, investigação que apura atos de corrupção na Petrobrás.
À época dos fatos, o ministro da Justiça disse que foi procurado por Lewandowski para que pudesse intermediar o encontro entre o presidente do Supremo e Dilma em Portugal. Cardozo e o presidente do STF estavam em Portugal para participar de encontro com juristas. Segundo o ministério da Justiça, o encontro não constou da agenda de José Eduardos Cardozo porque "não foi programado com antecedência".
Naquele mês de julho de 2015 os servidores encontravam-se em greve como forma de pressão para que o veto da presidente Dilma não fosse aposto ao PLC 28/2015, projeto que foi aprovado por unanimidade no Senado em 30/06/2015, com histórica ocupação do gramado do Congresso Nacional pelos bravos servidores de Goiás. No dia 21/07 o veto total ao projeto foi confirmado pela presidente Dilma quando então seguiu-se intensa luta dos servidores pela derrubada do veto 26/2015. Em reunião conjunta do Congresso Nacional, no dia 17/11, o veto é mantido na Câmara dos Deputados, não chegando a ser apreciado pelo Senado.
Análise do Sinjufego: Agora os servidores do Judiciário Federal servem como álibi para justificar a pauta de uma reunião, encontro esse em terras lusitanas que nem estava previsto para acontecer. Se o projeto de reajuste salarial dos servidores merecesse tal relevante atenção, a situação salarial da categoria já deveria ter sido resolvida, eis que estamos adentrando o mês de abril de 2016 e a reunião na cidade do Porto foi em julho de 2015, lá se vão quase 9 meses e nada do parto do parcial reajuste salarial dos servidores. E o presidente do STF continua demonstrando que não está muito interessado em aprovar o PL 2648/2015. A negociação está tão parada quanto a água do criadouro do mosquito da dengue. E isso é um perigo! O que vem sendo alertado pelo Sinjufego deste agosto de 2015. A crise política-econômica que se agrava a cada dia parece deixar cada vez mais distante a aprovação do PL 2648/2015.
---
Da Redação do Sinjufego