*Por João Batista
Não se devem cometer os mesmos erros quando da aprovação da PEC do teto dos gastos públicos. Essa proposta passou fácil, apesar de todo esforço das entidades sindicais com abordagens a parlamentares e com manifestações nas ruas. O governo venceu o primeiro round e caminha para ganhar o segundo assalto com golpes contra a aposentadoria do trabalhador.
Entendo que a fórmula de sensibilizar o parlamento ajuda, mas não vai ser suficiente para impedir a reforma, poderá, inclusive, legitimar a aprovação da PEC 287/2016 ao dizer que a sociedade organizada foi ouvida. A maioria dos deputados e senadores é campeã no quesito de dizer uma coisa e fazer outra, ouvidos de mercadores.
Da maneira que está sendo proposta, a reforma da Previdência é o maior ataque de todos os tempos contra o conjunto dos servidores públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada, espetacular violência social que merece resposta à altura. Daí que vejo a greve geral e unificada dos setores público e privado como a melhor arma para enfrentar o grande golpe do golpista Temer.
Nunca uma mobilização foi tão necessária para se fazer a mãe de todas as greves. A causa é nobre. Uma greve geral, corajosa e destemida, é tudo que hoje teme o governo. Que as centrais e sindicatos passem a estudar seriamente o desafio de se construir essa greve geral e unificada. Na balança de perdas e ganhos, é melhor perder agora alguns dias de greve do que ficar anos e mais anos para se aposentar.
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*João Batista Moraes Vieira é diretor do Sinjufego