Podem esperar dois anos de muita dificuldade. Sua
antecessora Cármen Lúcia manteve pouco ou quase nenhum diálogo com a categoria.
Toffoli deve seguir essa mesma linha. Afinal, o ex- chefe da AGU está sentado
desde 2014 no processo que discute a data-base dos servidores públicos. É
reconhecido por ser um notável gestor administrativo. No seu gabinete, baixou
de 11 mil para 2 mil processos. E
pretende dar um choque de gestão no CNJ que é um órgão mais importante que o STF
na questão administrativa dos Tribunais.
Dias Toffoli possui um perfil pro-erário, segue os
conselhos de seu principal influenciador, Gilmar Mendes. Em 2016, Toffoli foi o
relator que votou pelo corte de ponto dos servidores grevistas.
Em se tratando de pauta corporativa, terá a primeira prova
de fogo que é bancar no Congresso o aumento de 16,38% para magistratura. Ainda
neste ano, vai ter que dar uma solução para o criticado auxílio-moradia dos
juízes. A tendência é compensar a perda do auxílio-moradia com o ganho no
reajuste do subsídio.
Em cenário de Emenda Constitucional n. 95, que vai
congelar os gastos públicos até 2036, os servidores do Judiciário da União
podem preparar as bandeiras, faixas e vuvuzelas. A última parcela do atual PCS
termina em janeiro de 2019 (que ainda não está totalmente assegurada).
Sob a batuta de
Toffoli, serão dois anos de caravanas no deserto, coincidentes com os dois
primeiros anos de super arrocho, com gosto de gás, do próximo presidente da
República. A luta será intensificada mesmo é no mandato do ministro Luiz Fux
(2020-22). Até a copa do mundo do Catar.
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João Batista Moraes Vieira, analista
judiciário do TRE-GO e diretor do Sinjufego
*Obs.: Este é
um artigo que representa exclusivamente a opinião do seu autor