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Por *João Batista
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A implantação da data-base enfrenta sérios obstáculos, isso diante do cenário de arrocho orçamentário imposto pela EC 95/2016 e do clima atual de demonização dos servidores públicos, os quais foram escolhidos como "marajás" pelo próximo governo, filme esse já passado na era Collor.

Data-base é matéria constitucional, mas não podemos desconsiderar que o STF é também um Tribunal político que se preocupa com as chamadas "pautas bombas", desde que esse tipo de pauta, claro, se refere à correção do poder aquisitivo dos servidores.

Aos fatos sobre a data-base:

1. Tramita no STF, desde 2007, o Recurso Extraordinário (RE) nº 565089 que busca aplicar a correção anual prevista no art. 37 da CF;

2. Em outubro de 2014, quando o placar estava 4 X 3 contra a data-base, o ministro Dias Toffoli pediu vista do processo. Lá se vão mais de 4 anos sem perspectiva, hoje, de incluir em pauta de julgamento, ainda mais que o então ministro-vista agora se tornou o dono da agenda das sessões do STF;

3. Se pautar nestes próximos dois anos, sob a presidência de Toffoli, votarão os ministros Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes e o próprio Dias Toffoli  . Há dois ministros, desses quatro que faltam proferir o voto, que já demonstraram preocupação com as repercussões das decisões do Supremo na economia do país;

4. Sem revogação da EC 95/2016, que também vincula a decisão sobre a matéria, fica muito desafiadora a luta pela data-base e dos PCS da vida. Acresce-se a isso que o recém governo de extrema-direita já manifestou que quer endurecer as negociações com os servidores públicos;

5. Originário de uma ideia legislativa, tramita no Senado, o PLS 228/2018, que altera a Lei nº 1.079/1950, e o Decreto-Lei nº 201/ 1967, para tipificar como crime de responsabilidade a omissão no envio ao Poder Legislativo da proposta de revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos agentes públicos;

6. E com todo esse cenário futurístico, de tempo de "vacas magras", que os servidores públicos federais têm que exponenciar o seu grau de luta em torno da data-base, com disposição para sair às ruas, fazer greves, cobrar e pressionar o Supremo para pautar e aprovar a data-base. Sem mobilização, sem pressão, não se conquistará a data-base. Ela  não cairá no colo da categoria.

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João Batista Moraes Vieira - Diretor do Sinjufego

Obs.: A opinião expressada aqui é exclusiva do seu autor

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