*Por João Batista
Vem se tornando frequente os casos de suicídio na categoria. Infelizmente, nesta quinta-feira, 20, um colega de São Paulo tirou a própria vida se jogando do prédio do Fórum Trabalhista de Santo André.
Fica aqui a solidariedade e o abraço de conforto dos servidores goianos aos familiares e aos colegas de Roberson Silva dos Santos, bem como de apoio ao Sintrajud-SP, sindicato local.
A política de pessoal dos Tribunais voltada para identificar e conter os casos de depressão é um verdadeiro fracasso. Restringe-se a aplicar métodos e teorias que estão longe da humanização no ambiente de trabalho. Eu sempre digo que nada vai superar um bom clima organizacional, um abraço afetuoso, um bom dia, uma boa conversa, essas coisas que nos tornam pessoas humanas.
Um servidor que suicida não pode ser menos um na esteira de produção, essa que não pode parar. Assim se transformou o Judiciário numa espécie de engrenagem de fábrica capitalista. Há vozes internas que querem nos transformar na "saudável" relação de empresa privada.
E pode piorar. Há desesperança e pessimismo no horizonte da categoria. No cenário de ataques que visam retirar direitos e reduzir salários, a cobrança por metas será inversamente proporcional. A gestão de pessoas dos Tribunais precisam ir além das suas burocráticas atribuições e se dedicar precipuamente para sua essencial finalidade que é cuidar de pessoas, como foi o propósito de sair do frio e impessoal nome de RH.
Como temos reiterado: quando o servidor comete suicídio no local de trabalho pode estar havendo uma última denúncia de que as relações interpessoais estão doentes.
E também pode ser um manifesto de que o suicídio não pode ter sido em vão: salvar outras vidas que podem estar na mesma situação do colega que partiu.
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João Batista, presidente do Sinjufego - GO