Servidores estaduais e municipais devem ficar atentos para não cair no canto da sereia
O Governo e sua base parlamentar vêm sentindo o impacto das manifestações desfavoráveis à Reforma da Previdência, principalmente a do Ato Nacional ocorrido no último dia 15/03 quando mais de 1 milhão de trabalhadores saíram às ruas para protestar contra a aprovação da PEC 287/2016.
E às vésperas do Ato Nacional em Brasília, marcado para o dia 28/03, Michel Temer usa estratégia de tentar enfraquecer a mobilização: retira os servidores estaduais e municipais da proposta da Reforma da Previdência, deixando a cargo dos governadores e prefeitos o desgaste de promover alteração no regime próprio da Previdência dos seus servidores. Com essa decisão, os servidores públicos estaduais e municipais saem da reforma que está sendo discutida atualmente na Câmara dos Deputados.
E com essa decisão de excluir os servidores estaduais e municipais da tramitação da PEC 287/2016, o Governo atende a um pedido da base governista no Congresso Nacional. Ficando apenas com os servidores públicos federais e os trabalhadores celetistas, a pressão sobre os deputados diminui consideravelmente nas suas bases localizadas nos Estados, transferindo a pressão para Brasília.
Para a diretoria do Sinjufego, o Governo com essa medida demonstra o claro propósito de dividir o exitoso movimento construído pelo conjunto dos trabalhadores, e não dá para confiar nesse Governo provisório, não estando descartado que os servidores estaduais e municipais possam voltar a ser incluídos na Reforma. Eleva-se, assim, o grau de responsabilidade dos sindicatos dos servidores públicos federais e dos trabalhadores da iniciativa privada, pois a partir de agora terão que redobrar suas mobilizações e alertar os servidores estaduais e municipais para não cair no canto da sereia, de última hora podem ser reincluídos na PEC 287/2016.
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Da Redação do Sinjufego